quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

4 de Dezembro - Dia de Yansã com sincretismo com Santa Barbará

Salve Mãe! Sua benção!



"Eparrêi ó iansã
És dona do meu axê
Ó bela oiá - eparrêi !!!
Senhora dos ventos
Senhora das nuvens de chuva
Dentro de mim
Rainha dos raios
Tempo bom
Tempo ruim...
Seja em qualquer tempo,
Tua espada brilha,
Dizendo que a bonança chegou
Eparrêi minha mãe!
Eparrêi oiá"


Iansã

Orixá que rege os ventos, rainha dos raios. É iansã quem domina os furacões e ciclones; orixá do fogo, do calor, guerreira e regente das paixões.
Orixá de temperamento firme, vibrante, principalmente porque está ligada às tempestades, aos raios, a tudo que é imediato. Nada fica para depois. 
Iansã, para proteger seus filhos, faz o sol virar luar.
O senso de decisão, é a característica mais pronunciada de iansã. Nenhum outro orixá, concita-nos tão de perto, a tomar posições definidas em nossa própria vida.
Iansã é um orixá feminino muito cultuado no brasil, sendo figura das mais populares em nossa terra e também na áfrica, onde é predominantemente cultuada sob o nome de oyá. É um dos orixás que mais penetrou na umbanda, talvez por ser um dos que se relaciona, no liturgia mais tradicional africana, com os espíritos dos mortos, que têm participação ativa na umbanda.
Em síntese, iansã é a força dos ventos. Quando concentrada num objetivo, pode ser devastadora. É totalmente imprevisível, destruindo todos os obstáculos que estiverem á sua frente, quando se trata de lutar por aquilo que quer. Ao mesmo tempo, pode agradar quando brando, acariciando as plantas, fazendo o ar mais leve.
É orixá do prazer, da sinceridade e da busca extrovertida da paixão e da felicidade, o símbolo da mulher guerreira que gosta de lutar e tem tanto na guerra como sexo - ou seja, nas emoções fortes, arrebatadoras e totalizantes - a fonte para continuar vivendo.
Senhora da ciência e da decisão, alerta-nos  para que possamos nos reformular interiormente, permite que sejamos capazes de justificar um correto viver e um permanente aperfeiçoamento, guiando-nos no caminho do amor, da verdade e da justiça.

Eparrêi oiá !!!

Cor a ser mentalizada: coral

O que ser mentalizado: uma tempestade.

Elemento: água e ar
Cântico: vibrantes, fortes. Seus cânticos espelham independência, poder e vontade decisiva.

Iansã, menina
Dos cabelos louros
Onde é sua morada,
É na mina do ouro

Guias: as guias de oxum são coral de cristal. Em nossa casa branca padronizamos a guia de cristal nº 8. São feitas em múltiplos de 7 de forma a contornar o plexo solar. Esta guia só pode ser usada pelos médiuns que se afinam de uma forma incomum com esta energia, após entendimento e conversa com os zeladores, e deve nascer após a quinta obrigação: (os dois orixás), que é dada pelos zeladores da casa e sob sua responsabilidade.

Características de seus filhos: os filhos de iansã preferem as batalhas grandes e dramáticas ao cotidiano repetitivo. Costumam ver guerra em tudo, sendo portanto competitivos, agressivos e dados a ataques de cólera. São as vezes instáveis, exagerados, dramáticos em questões que, para outras pessoas, não mereceriam tanta atenção. Fazem mesmo tempestade em copo d'água.

Dia em que se comemora iansã: 04 de dezembro (de acordo com o calendário oficial de umbanda).

Dia da semana: quarta-feira ou segunda-feira.

O que pedir a este orixá: coragem, força nas batalhas, nas guerras diárias e interiores.

Flores:  de preferência que tenha a tonalidade coral, lírio, gerânio, flor de romã.

Frutas: groselha, romã, manga rosa, framboesa, caju, pêssego, jenipapo, pitanga.

Ervas: folha de fogo, bambu, cambuí, levante, umbaúba, sensitiva, casuarina, pinhão roxo, pinhão branco, espirradeira, espada de iansã, gerânio, dormideira, erva prata, cipó chumbinho, flamboião.

Bebidas: gengibre com água de chuva, rapadura com água de chuva, sumo de suas próprias ervas e frutos, champanhe.

Mineral: cobre e estanho

Saudação: "eparrêi oiá ! Eparrêi oiá !

Eparrêi  = vento majestoso
Oiá = nome por que é conhecida iansã
"salve os majestosos ventos de oiá".

Oferendas: todas as vezes que os zeladores ou direção espiritual da casa perceberem a necessidade de um filho fazer uma oferenda para um orixá, lhe será dado o pedido e marcado o dia a ser feito.

Pontos



Olha a matamba é tata é mé
Olha a matamba é tata é má
O iansã olha a matamba é
Olha a matamba é tata é má

O vento vem soprando o nome dela
Dizendo que já vai relampeja
As flores no jardim ficam mais belas
Porque nossa rainha vai chegar
Oiá dançando como ninguém
E traz seu ialochim pra espaná
Com sua espada cor de fogo
Ela vem
Oiá eparrêi ela vem pra saravá
Ela é a mais bonita, eparrêi
É  valente, é guerreira, eparrêi
Ela é uma moça bonita
Ela é dona do seu jacutá
Eparrêi, eparrêi, eparrêi
A mamãe de aruanda 
Segura seus filhos
Na fé e na lei

História de Santa Bárbara 




Nasceu na cidade de Nicomédia na região da Bitínia, onde hoje se localiza a cidade de Izmit, na Turquia, às margens do Mar de Mármara.
Bárbara viveu no final do Século III.
Foi uma bela jovem, filha única de Dióscoro, um rico e nobre morador de Nicomédia.
Dióscoro não queria deixar sua filha única viver no meio da sociedade corrupta daquele tempo.
Por isso, decidiu fechá-la numa torre.
Lá, ela era ensinada por tutores da confiança de seu pai.
Porém, aquilo que parecia um castigo, começou a abrir a mente de Bárbara.
Do alto da torre ela contemplou a natureza: as estações do ano, a chuva, o sol, a neve, o frio, o calor, as aves, os animais, etc.
Tudo isso fez Bárbara questionar se aquilo era realmente criação dos “deuses”, como seus tutores e seu povo creditavam, ou se havia “alguém” muito mais inteligente e poderoso por trás da criação.

Quando atingiu a idade para o casamento, por volta de 17 anos, seu pai a trouxe para casa e permitia que ela recebesse a visita de pretendentes, mas não permitia que ela visitasse a cidade.
Bárbara era uma jovem muito bela e de família rica.
Por isso, muitos eram os pretendentes que queriam se casar com ela. 
Mas Bárbara não aceitava nenhum, enxergando neles a superficialidade e o interesse, e nenhum toque de amor verdadeiro.
Para seu pai, isso era um problema sério, pois, segundo os costumes, ele tinha obrigação de casar sua filha.
Dióscoro pensava que as “desfeitas” da filha diante dos pretendentes se davam por causa do tempo que ela passou na torre. Então, ele decidiu permitir que Bárbara conhecesse a cidade.

O contato com os cristãos

Santa Bárbara, então, começou a frequentar a cidade. Nessas visitas, acabou conhecendo os cristãos de Nicomédia.
Estes passaram para Bárbara a mensagem de Jesus Cristo. Falaram-lhe também sobre o mistério da Santíssima Trindade.
A novidade cristã tocou profundamente o coração de Bárbara. 
Com os cristãos ela encontrou a resposta para seus questionamentos: o Criador de tudo era o Deus Único e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo e não os deuses que seu povo cultuava.
Bárbara se converteu ao cristianismo de todo o coração.
Logo, um padre vindo de Alexandria ministrou a ela o batismo. 
E Bárbara passou a ser uma jovem fervorosa e cheia de virtudes cristãs.
Em Jesus Cristo ela encontrou o sentido mais profundo de sua vida.

Santa Bárbara e as perseguições

Dióscoro, pai de Santa Bárbara, decidiu construir para ela uma casa de banho na torre, onde ele planejou instalar duas belas janelas. Quando a obra começou, Dióscoro teve que fazer uma longa viagem. Durante a viagem do pai, Santa Bárbara ordenou que construíssem uma terceira janela na obra. 
Sua intenção era que a torre tivesse três janelas em homenagem à Santíssima Trindade. Além disso, Santa Bárbara esculpiu uma cruz na torre.
Quando Dióscoro voltou, reparou logo nas mudanças feitas na construção e foi perguntar à filha o por que daquilo.
Santa Bárbara explicou que as mudanças eram símbolos de sua nova fé: três janelas em homenagem ao Deus Uno e Trino, Criador de todas as coisas.
E a Cruz lembrava o sacrifício do Filho de Deus para salvar a humanidade. Dióscoro ficou furioso.

A sentença de morte de Santa Bárbara

Ao perceber que a filha estava irredutível em sua fé cristã, Dióscoro, num impulso de ira, denunciou a filha ao prefeito da cidade.
Este ordenou que Bárbara fosse torturada em praça pública, para tentar fazer com que a jovem renegasse a fé cristã. Porém, para surpresa de todos, Santa Bárbara não renegou sua fé, mesmo diante dos mais atrozes sofrimentos.
Durante a tortura, uma jovem cristã chamada Juliana denunciou os nomes dos carrascos, coisa que era expressamente proibida na época.
Por isso, Juliana foi presa e condena à morte por decapitação juntamente com Santa Bárbara.
As duas jovens cristãs foram levadas amarradas pelas ruas de Nicomédia, sob os gritos furiosos de muita gente.
Santa Bárbara teve os seios cortados.
Depois, foi conduzida para fora da cidade. Lá, seu próprio pai a degolou.

Bárbara e os Raios

Quando Dióscoro degolou a filha e a cabeça de Santa Bárbara rolou pelo chão, um raio riscou o céu e um enorme trovão foi ouvido pelo povo.
E, para o assombro de todos, o corpo de Dióscoro caiu no chão sem vida, atingido pelo raio.
Parece que a natureza se revoltou contra a atitude desse pai infanticida.
Depois deste fato, Santa Bárbara ganhou o status de "protetora contra relâmpagos e tempestades", além de ser nomeada Padroeira dos artilheiros, dos mineradores e das pessoas que trabalham com fogo.

Fonte: Terra Santa Cruz 


Oração de Santa Bárbara

Santa Bárbara, que sois mais forte que as torres das fortalezas e a violência dos furacões, fazei que os raios não me atinjam, os trovões não me assustem e o troar dos canhões não me abalem a coragem e a bravura.
Ficai sempre ao meu lado para que possa enfrentar de fronte erguidas e rosto sereno todas as tempestades e batalhas de minha vida, para que, vencedor de todas as lutas, com a consciência do dever cumprido, possa agradecer a vós, minha protetora, e render graças a Deus, criador do céu, da terra e da natureza: este Deus que tem poder de dominar o furor das tempestades e abrandar a crueldade das guerras.

Santa Bárbara, rogai por nós. Amém.


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