terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Exercícios para desenvolver a mediunidade



A mediunidade é um assunto amplamente abordado de diversas maneiras no mundo, por varias óticas e de muitos nomes. Aqui no Brasil o termo mediunidade ficou realmente conhecido graças à obra de Allan Kardec e à estruturação do espiritismo, pois esta doutrina tem em uma de suas vertentes principais a compreensão da mediunidade.

Temos que agradecer a todas as fontes de conhecimento que ofereceram suas incontáveis contribuições para que a sociedade como um todo pudesse compreender mais a mediunidade, seus mecanismos, seus desafios e suas virtudes. Contudo, para termos a capacidade de estudarmos o tema com precisão e objetividade, devemos entender que a melhor forma de compreendê-la é no dia a dia, independente das linhas religiosas ou das doutrinas espirituais. Você pode ter a sua linha espiritual de preferência, pode estudar e aplicar a sua mediunidade por meio desse caminho específico que você escolheu, todavia, se você quiser realmente ampliar os seus horizontes e entender o tema, precisará se utilizar da visão universalista.

A mediunidade é uma faculdade do espírito, pois é uma capacidade de perceber estímulos extrafísicos. É por isso que este sentido tem sido tão estudado ao longo dos anos, pois o seu bom desenvolvimento possibilita ao ser humano a capacidade de compreender cada vez mais a grandeza do Universo, a missão da sua alma, a força poderosa do amor e a profundidade da intenção dos pensamentos e sentimentos.

- Graças à mediunidade as mentiras são desmascaradas.
- Graças à mediunidade o ingênuo pode ser protegido.
- Graças à mediunidade o homem que se perdeu em sua missão na Terra pode lembrar-se do seu verdadeiro caminho.

A mediunidade é o caminho pelo qual a mensagem do Grande Espírito Criador chega aos seus filhos. A mediunidade é a porta aberta para que a alma humana experimente a totalidade de suas possibilidades. A mediunidade é a ferramenta que faz com que o homem preso ao mundo material (por conta de seu karma) mantenha-se com a sintonia da Fonte na qual foi gerado. Tudo isso que foi dito até agora provavelmente você já sabe, já entende e até já estudou.

Mas, o que realmente importa nesse processo é:

1- Como você aplica a mediunidade à sua vida?
2- Como você desenvolve a mediunidade em sua vida?
3- Com qual frequência você utiliza conscientemente sua mediunidade em sua vida?
4- Qual é a natureza das emoções e pensamentos que são empregadas juntamente com o exercício da sua mediunidade em sua vida?
5- Você está consciente de que sua mediunidade coloca você em conexão direta com as entidades extrafísicas das dimensões mais sutis que a sua, sejam elas de Luz ou das sombras?
6- Com qual frequência você utiliza a sua mediunidade a serviço do bem maior?
7- Como você faz para ter certeza de que não está se intoxicando com as percepções da sua mediunidade, ao invés de estar aprendendo e evoluindo?
8- Como você faz para garantir que a mensagem da sua mediunidade seja verdadeira, bondosa, caridosa? E como você faz para ter certeza de que está em sintonia com forças sutis bem intencionadas?
9- Como você se protege do seu próprio ego para servir utilizando à altura sua mediunidade?
10- Você sabe que a mediunidade não é boa ou ruim... Você sabe que bom ou ruim é o que você faz com a sua mediunidade?
11- Você já entendeu que sua mediunidade pode construir atalhos valiosos para sua vida, mas também pode ser uma arma de destruição em massa?
12- Você sabe que a mediunidade é um poder inerente ao espírito e que todos somos médiuns, em maior ou menor grau de desenvolvimento e habilidade?

POR QUE TANTAS PERGUNTAS SÃO NECESSÁRIAS?

Simplesmente porque a mediunidade, ao mesmo tempo em que pode ser uma ferramenta maravilhosa de construção na mão de pessoas de moral lapidada com princípios e valores elevados, pode ser uma arma muito destrutiva na mão de pessoas mesquinhas, egocêntricas e excessivamente materialistas.
A mediunidade é uma faculdade do espírito, portanto deve ser utilizada para melhoria do seu próprio espírito e dos demais. A mediunidade é o sentido do espírito, é a voz da alma, as asas da consciência. A mediunidade determina a capacidade que uma pessoa tem de conversar diretamente com a Fonte Maior, evitando assim intermediários.
Uma pessoa só aprenderá a se conhecer e conhecer seus potenciais quando ela souber desenvolver e ter domínio da sua mediunidade. A mediunidade abre portas para você conhecer a verdade que liberta, como dizia Jesus.

A MEDIUNIDADE É UM SENTIDO EXTRA

Entenda que o desenvolvimento da sua mediunidade é a habilitação de um sentido extra, que por consequência ampliará muito as suas possibilidades e potencialidades. Em qualquer situação da sua vida, você poderá reconhecer de forma mais apurada e mais rápida:
- O melhor caminho;
- A melhor hora;
- A melhor forma;
- A melhor ideia de como fazer algo;
- A saída para o que parecia impossível.
Com uma mediunidade bem desenvolvida, você poder ajudar profundamente a si próprio e aos demais.

CONFLITOS COM A MEDIUNIDADE

Existem vários tipos de mediunidade, que assim como as diferentes personalidades humanas, se encaixam perfeitamente de acordo com o temperamento e as necessidades de evolução de cada pessoa.
Quando alguém começa a despertar seus potenciais mediúnicos dos tipos menos comuns (de manifestações mais raras), pode a princípio sofrer com as necessidades de mudanças de comportamentos que o fenômeno exige; contudo, nada está fora do lugar e tudo faz parte do seu próprio plano de evolução na encarnação.
Em verdade, podemos concluir que a mediunidade, vez por outra, costuma dar trabalho ao médium, todavia, ao longo dos anos, ele próprio percebe que as dificuldades que teve foram unicamente causadas por sua visão estreita da vida e principalmente pela dificuldade de se dedicar a um caminho de reforma íntima e evolução do espírito, mesmo em um mundo profundamente seduzido pelas ilusões do materialismo.
Quando o médium entende os três processos e se resigna, naturalmente começa a experimentar o crescimento da plenitude e do amor em seu ser. A mediunidade nunca está errada, errada é percepção da vida que o médium sofredor tem sobre os fatos.

ANTES DE EXERCITAR A MEDIUNIDADE

Muitas pessoas já nascem com seus potenciais mediúnicos plenamente desenvolvidos, outras sequer percebem traços de sensibilidade. Via de regra, o nível de mediunidade em uma pessoa depende de alguns fatores mais específicos. São eles:
1- O seu desenvolvimento (treino) ao longo das suas existências, incluindo a atual.
2- O planejamento evolutivo acordado no período pré-reencarnatório, considerando que muitas vezes a mediunidade é ativada em maior grau para produzir específicas atividades ou em menor grau como ferramenta para coibir possíveis equívocos que o seu uso inadequado pode causar.
3- Também pode ser acionada justamente para que a pessoa tenha condições de acelerar a transmutação do seu carma. Neste caso a mediunidade atua como um colaborador para que a pessoa consiga realizar mais tarefas em menos tempo. Mas também pode ser oferecida como uma elemento de prova, já que as possibilidades de falhas podem aumentar com os desvios morais, configurando-se assim como um elemento de teste naquela encarnação específica.
Quanto mais se exercita a mediunidade, mais a pessoa poderá se utilizar dos benefícios e possibilidades dos sentidos extrafísicos, contudo, o alicerce do bom desenvolvimento mediúnico é o desenvolvimento do caráter.

Antes de começar a fazer exercícios específicos para desenvolver a sua mediunidade, faça exercícios específicos para desenvolver:

1- O amor, o perdão e a paciência.
2- A sua autoestima e o seu autoamor.
3- A compreensão da missão da sua alma.
4- O desapego, a fé e a confiança na vida e nos seus atos.
5- A compreensão das dimensões extrafísicas e do potencial latente dos seus pensamentos e emoções.
6- A compreensão de que você vive sob a lei da causa e efeito e de que semelhante atrai semelhante. Nada escapa a essa lei!
7- A compreensão de que sua vida precisa ter um propósito espiritual e que a futilidade e a vaidade intoxicam o seu ser profundamente.
8- A compreensão da importância da verdadeira caridade. Na doação ao seu próximo de tempo, carinho, dedicação, amor e ações de bem; você constrói os alicerces de uma vida sólida. Mas o altruísmo consciente é necessário, pois você não pode dar o que não tem.

Quando você definitivamente se dedicar a aprimorar esses aspectos citados anteriormente, naturalmente a mediunidade que está em você começará a:

1- Desenvolver-se, ampliar-se e potencializar-se;
2- Equilibrar-se e equalizar-se para ajudar a sua evolução e a de terceiros.

A MEDIUNIDADE É O FRUTO. A ÁRVORE É A SUA MORAL E A SUA INTENÇÃO EM SE DEDICAR AO BEM MAIOR.

ANIMISMO

O termo "animismo" aparenta ter sido desenvolvido inicialmente pelo cientista alemão Georg Ernst Stahl, por volta de 1720, para se referir ao "conceito de que a vida animal é produzida por uma alma imaterial". Uma das redefinições mais famosas do termo foi feita pelo antropólogo inglês Sir Edward B. Tylor, em 1871, na obra Primitive Culture (A Cultura Primitiva). É um princípio vital e pessoal, chamado de ânima, o qual apresenta significados variados, como por exemplo energia, espírito ou alma.
Já na visão espírita, o termo animismo é usado para designar um tipo de fenômeno produzido pelo próprio espírito encarnado, sem que este seja um instrumento mediúnico da ação espiritual e sim o próprio causador do fato, da percepção, da mensagem ou do dito fenômeno.
Este termo é também base para muitas discussões, pois para você ser um bom médium, você precisa aprender a canalizar as percepções de fontes extrafísicas e retransmiti-las essencialmente sem contaminá-las com ideias próprias.
A questão é polêmica, mas é verdadeira e relevante; exatamente por isso, antes de desenvolver a mediunidade, o indivíduo deve desenvolver os aspectos citados anteriormente, porque só assim ele aprenderá a não desvirtuar com percepções pessoais o conteúdo das mensagens, canalizações ou manifestações.
Vamos entender que a maioria das percepções sensoriais do homem poderia ser considerada anímica, porque pertencem ao próprio indivíduo.
Por exemplo: a telepatia, por muitos considerada uma forma de mediunidade, nesse caso é um potencial anímico. Mas, e a telepatia utilizada como recurso para captar a mensagem de um espírito, sobre um determinado assunto, materializada pela psicofonia (transmissão mediúnica por meio da fala) ou pela psicografia (transmissão mediúnica por meio da escrita) pode ser considerada obra da mediunidade?
O que vemos neste caso é uma conjunção entre a mensagem oferecida pela entidade extrafísica, somada à predisposição especial chamada de mediunidade da pessoa. Essa interação pode ser considerada anímico-mediúnica.

Assim sendo, a maioria das manifestações da mediunidade obedece a este conceito, porque são parcerias entre os médiuns e os seus amparadores espirituais. Trata-se de um trabalho em conjunto.
Ter uma intuição sobre algo que ainda pode acontecer, é animismo, mas perceber essa intuição pelo aviso de uma força, é mediunismo. Sair em projeção astral fora do corpo físico no período do sono físico, é animismo, mas acordar e se lembrar das conversas que teve com outros espíritos, é mediunismo. Portanto, as ações que unem a mediunidade com a habilidade sensitiva de alguém é chamada de anímico-mediúnica, mas por força do hábito, já tem sido considerada apenas mediúnica.
A questão é mais simples do que parece, pois não importa muito se o fenômeno é anímico, anímico-mediúnico ou unicamente mediúnico (casos mais raros em que o médium cede totalmente o seu corpo e não produz qualquer tipo de reação ou interferência mental sobre a transmissão). A questão realmente importante é a comunhão entre o que se colhe como fruto de todos os processos, somado ao amor maior, à caridade, à alegria e à prática da regra de ouro.
Você reconhece os frutos pela árvore. Não confie em uma mensagem linda e bondosa, vinda de um médium egoísta, maledicente e vaidoso. Antes de confiar no fruto, que é a mensagem, confira a árvore, que é o médium. Nunca podemos separar uma coisa da outra. Este é o ponto!

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