segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

CULTO À EXÚ

Exú é sempre cultuado por qualquer iniciado das nações africanistas e mesmo por meros simpatizantes que procuram um babalorixá para a resolução de problemas práticos, como relacionamentos amorosos, brigas, disputas profissionais, vendas complicadas, etc. Cada ser humano tem seu próprio Exú, assim como tem um orixá de cabeça e um segundo orixá, o ajuntó. Todo terreiro também tem seu Exú protetor, que zela pela segurança da casa ou terreiro (ilê) , contra males encarnados ou desencarnados. Segundo a tradição iorubana, cada orixá tem seu próprio Exú, que funciona como seu servo, possibilitando o contato entre as diferentes divindades. Seu dia de culto é as segundas-feiras (certas falanges trazem a Sexta-feira como dia de culto), suas cores são o preto e vermelho (cores como amarelo, branco ou roxo, indicam a falange e a área de atuação daquele Exú), sua saudação é Laroiê!!. Sua comida ritualística é a farofa de dendê (farinha de mesa misturada ao azeite de dendê), os animais mais freqüentemente sacrificados a este orixá são os frangos pretos, galinhas d’angola e bodes, seus pais são Yemanjá e Oxalá, sua função é a comunicação entre os planos astral e material, seus domínios são as porteiras e encruzilhadas, e seu instrumento de atuação é o ogô ou insígnia.

No Brasil, no candomblé, Exu é um dos mais importantes Orixás e sempre é o primeiro a receber as oferendas, as cantigas, as rezas, é saudado antes de todos os Orixás, antes de qualquer cerimônia ou evento. O Exu Orixá não incorpora em ninguém para dar consultas como fazem os Exus de Umbanda, eles são assentados na entrada das casas de candomblé como guardiões, e em toda casa de candomblé tem um quarto para Exu, sempre separado dos outros Orixás, onde ficam todos os assentamentos dos exus da casa e dos filhos de santo que tenham exu assentado.

Toda casa de Candomblé reserva determinados dias por ano para prestar obrigações a esse orixá, tanto para o Exú de nação, como o do babalorixá e o de cada iniciado que já tiver assentado o seu. Nessas ocasiões, deve-se dar corretamente as oferendas sagradas para cada uma das formas ou qualidades de Exú reinantes nesses terreiros, ou seja, não realizar uma única oferenda para todos os Exús coletivamente, como fazem muitos babalorixás. Cada um tem sua preferência, ou, como dizemos no Candomblé, cada Exú come de uma determinada maneira. Portanto, não se pode dar uma comida comunitária para essas qualidade do mesmo orixá. Isso causa muita "quizila" nas casas que agem desta forma, desencadeando um processo inevitável de desagregação do axé (força, poder), além de uma crescente desunião entre os participantes, devido à falta de comunicação e harmonia. É preciso ter muito conhecimento sobre esse orixá para alcançar suas graças e não desrespeitá-lo a todo momento.
Postado no Grupo de Estudos Boiadeiro Rei

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