segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Indios fazem devolução da Bíblia ao Papa

bolivianos


Índios Fazem Devolução da Bíblia em1985 – Para João Paulo II

Esta matéria foi adicionada a nossas postagens por tratar-se de um fato muito relevante na cultura religiosa dos Índios Bolivianos.

LA PAZ – Os índios dos Andes e da América decidiram “aproveitar a vi sita” do Papa João Paulo para devolver-lhe a Bíblia, pois, “em cinco séculos, ela não nos deu nem amor, nem paz, nem justiça”, segundo uma carta de dirigentes indígenas bolivianos enviada ao Sumo Pontífice. “Por favor, leve a sua Bíblia e a dê aos nossos opressores, cu­jos corações e cérebros precisam mais de seus preceitos morais”, acres centam os índios na carta enviada ao Papa, que foi divulgada ontem em La Paz, assinada por Máximo Flores, do Movimento Índio do Kallasuyo (Aymara) e Evmo Valeriano, do Partido Índio (Ay mara) e Ramiro Reynaga, do Movi mento Índio Tupac Katari (Kheswa), representando as comunidades da Bolívia e do Peru.
Reynaga disse que quando o Papa se encontrar em Cuzco, capital do anti go império Inca, os índios lhe devol verão os evangelhos levados por colo ni za dores para oprimir os povos ameri canos, e destruirão publicamente seus vestidos “ocidentais” para vestir seus trajes típicos. Ao tornar pública a carta ao Papa, o dirigente índio disse que “co mo parte do intercâmbio colonial imposto, recebemos a Bíblia, que foi a arma ideológica do assalto colonialista. A espada espanhola que de dia atacava e matava corpos de índios, de noite se tornava a cruz que atacava a alma indígena”.
A carta destaca que os índios que podem saudar o Papa João Paulo quan do chegar ao território de Tawan tinsuyu, milenar por manter os pre ceitos de paz e humanidade, e acres centa: “Apesar de nossa enorme quanti dade de minerais, petróleo, campos de plantação e outras riquezas, somos povos famintos, doentes, ignorantes, fanáticos por esta ou aquela seita, reli giosa ou anti-religiosa”.
Em seguida, afir ma que desde a chegada de Colombo à América, impõe-se uma cultura, um idioma, uma religião, alguns valores que correspondiam à Eu ropa, a mesma que gerou tanto o co munismo totalitário quanto o capitalismo injusto.
E agora, afirma o documento, “Sua San tidade vem visitar e abençoar o opres sor estrangeiro, aquele que des fru ta o sofrimento alheio ou vem visitar o povo natural oprimido, aquele que so fre?” As contradições não somente acon tecem entre o comunismo e o capi talismo ou entre a direita e a esquerda, mas também “na alternativa política vital, primeira e necessária, que está for mada por duas opções: liberdade dos povos contra o colonialismo eu ropeu”.

Texto publicado no Jornal de Umbanda Sagrada em Abril de 2009, tem como fonte o Jornal Estado de Minas (3-2-85).

Postado no Grupo de Estudos Boiadeiro Rei

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