domingo, 30 de janeiro de 2011

“As pessoas…”




Não é a toa que temos ouvidos e eles ficam ligados, conectados, vinte e quatro horas por dia. Hoje, no ônibus, ouvi uma conversa de dois senhores no banco de trás e comecei a pensar sobre como somos egocêntricos.
A conversa girava em torno de atos e atitudes que os dois presenciaram, e que os repugnavam diante da… baixeza, segundo eles, dos que os praticaram. Os atos, na verdade, não vem ao caso, mas sim a maneira como era falado.
Hoje aconteceu tal coisa, as pessoas não entendem que a vida não é bem assim. As pessoas. Com o tempo comecei a perceber que esse tipo de ato, usar em uma frase “as pessoas” para dizer que alguns fazem coisas das quais não gostamos, é um ato de libertação. Dizemos “as pessoas” para nos excluirmos de uma categoria de indivíduos que consideramos fora da noção real de vida. Agora, será que é bem assim?

Os dois senhores conversam a respeito de uma série de comentários maldosos feitos por colegas na empresa em que ambos trabalhavam. “As pessoas gostam de fazer fofoca, falar mal dos outros”, um deles disse. Mas oras, não era exatamente o que eles estavam fazendo? E com isso, propagando uma outra fofoca? Eles não percebiam, no entanto, que seus comentários também eram uma fofoca, que eles também faziam parte dessas pessoas que eles desprezavam. Mas o egocentrismo nos afasta da verdade, não deixa nosso caminho claro diante dos nossos olhos.
Agora transplante essa noção para a sua realidade. Será que você também não é assim, no momento em que usa tal expressão, não está tentando fugir de algo que, no fundo, sabe que faz parte?
O espiritualismo prega o auto conhecimento acima de tudo, o perdão e a caridade. Perdoar é não falar mal pelas costas e compreender as limitações dos nossos companheiros de viagem. Auto conhecimento é entender nossas limitações e buscarmos saná-las, não com palavras, mas com atos. E caridade é buscarmos ajudar o irmão, na medida de sua compreensão, também não só com palavras, mas com atos.
Por isso ser espiritualista é tão bom, porque não é só falar, não é só achar ou tentar se excluir da realidade; é fazer justamente o contrário: é buscar se conhecer e se melhorar honestamente porque, para todos nós, a realidade é bem diferente, é clara para todos e só quem poderá nos julgar é nossa própria consciência.
Transfira isso para o seu mundo, para o seu dia-a-dia, para o seu terreiro. Observe seu comportamento. Veja se não tenho razão. Depois me contem.


Postado no Grupo de Estudos Boiadeiro Rei

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