terça-feira, 22 de março de 2011

Caboclos e Caboclas





Os caboclos, na umbanda, são entidades que se apresentam como indígenas e incorporam também no candomblé de caboclo.

As entidades assim denominadas que se apresentam nos terreiros de umbanda são espíritos com um certo grau espiritual de evolução.

Geralmente se utilizam de charutos para provocar a descarga espiritual de seu médium e também do seu consulente.

Alguns assoviam, outros bradam no ato da incorporação. Costumam ser bastante sérios nos seus conselhos.
São considerados, portanto, grandes trabalhadores dos terreiros.




Onde Vivem Os Caboclos ?

Muitos já ouviram falar que os Caboclos quando se despedem do terreiro, onde atuam incorporados em seus médiuns,
dizem que vão para a cidade de Juremá. Outros falam subir para o Humaitá, e assim por diante.
Sabemos, no entanto, que os Caboclos não voltam para as florestas como ordinariamente voltam os que lá habitam.
No espaço, onde se situam as esferas vibratórias, vivem os Caboclos agrupados, segundo a faixa vibracional de atuação,
junto a psico-esfera da Terra. São verdadeiras cidades onde se cumpre o mandato que Oxalá assim determinou,
colaborando com a humanidade.
É para as cidades espirituais que os Caboclos responsáveis pelos diversos terreiros levam os médiuns, dirigentes
e demais trabalhadores, para aprenderem um pouco mais sobre a Umbanda.
Estas moradas possuem grandes núcleos de trabalhos diversos, onde o Caboclo faz sua evolução, contrariando
o que muitos encarnados pensam (que Caboclo tudo pode, tudo sabe e tudo faz).
Os Orixás, que são emanações do pensamento do Deus-Pai, que está além da personalidade humana que lhe queiram dar
as culturas terrenas, fazem descer a mais pura energia-matéria ser trabalhada pelos Caboclos no espaço-tempo das esferas
que compreendem a Terra, morada provisória de alguns espíritos em evolução.
Lá, na morada de luz dos Caboclos, existem outros espíritos aprendendo o manejo das energias, das forças que estabelecerão
um padrão vibratório de equilíbrio para os consulentes que vêm às tendas de caridade em busca de um conforto espiritual.
Estas "aldeias" se locomovem entre as esferas, ora estão em zonas próximas às trevas, socorrendo espíritos dementados,
ora estão sobre algumas cidades do plano visível, etéreas, ou sobre o que resta de florestas preservadas pelo Homem.
De lá extraem, com a ajuda dos Elementais, os remédios para a cura dos males do corpo.
Características
Cor
Verde, Vermelho e Branco
Fio de Contas
Contas e Miçangas Verdes, Vermelhas e Brancas
ErvasAcácia, Alfavaca do campo (quiôiô), Alfazema de Caboclo (Jurema Branca, Jureminha) Araçá (Araçá de Coroa), Araçá do Campo, Bredo de Santo Antônio, Caçatinga, Caiçara, Caiapiá (contrayerva), Capim Limão(incenso de Caboclo), Cipó Cabeludo, Cipó Caboclo, Cipó Camarão, Croton, Curraleira, Dandá do Brejo, Eucalipto, Goiabeira, Guiné Pipi, Guiné Caboclo , Guaxima cor de rosa, Hissopo, Jaborandi, Jacatirão, Jurema, Mangueira, Pega Pinto, Peperegum verde, Pitangueira, Samambaia, Taquara
Símbolo
Ofá (arco e flecha).
Pontos da Natureza
Matas
Flores
Palmas Brancas, Palmas Vermelhas e Girassol
Essências
Eucalipto para Caboclos e Pinho Caboclas
Pedras
Esmeralda, Quartzo Verde, Calcita Verde
Metal
Zinco Mercúrio
Dia da Semana
Quinta-feira
Elemento
Terra
Saudação
Okê Caboclo
Bebida
água de coco, caldo de cana, aluá, mate, vinho moscatel
Animais
Tatu, Veado, Javali. (qualquer tipo de caça)

 

Atribuições

Os Caboclos são caçadores e desbravadores por excelência, são conhecedores da Natureza e mestre da Caça.
Sua atribuição principal é trazer pujança, força e perseverança aos seus filhos, ensinam sobre a necessidade de respeito
ao Planeta e a tudo o que o povoa.



Oração do Caboclo

Ó i Deus,
Nóis tá sempre pedindo as coisas pro Sinhô.
Nóis pede dinhero,
Nóis pede trabaio
Nóis pede pra chovê
E se chove demais
Nóis pede pra pará
Mode a coiêta num afetá.

Nóis pede amô,
Nóis pede pra casá
Pede casa pra morá
Nóis pede saúde
Nóis pede proteção
Nóis pede paiz,
Nóis pede pra dislindá os nó
Quando as coisa cumprica
Mode a vida corrê mió.

Quano a coisa aperta nóis reza
Pedindo tudo que farta
É uma pedição sem fim
E quano as coisa dá certo,
Nóis vai na igreja mais perto
E no pé de argum santo
Que seja de devoção
Nóis deixa sempre uns merréis
E lá no cofre da frente
Nóis coloca mais uns tostão.

Mais hoje Meu Sinhô
Bateu uma coisa isquisita
E eu me puis a matutá
Nóis pede, pede e pede
Mais nóis nunca pregunta
Comé que o Sinhô tá
Se tá triste ou tá contente
Se percisa darguma coisa
Que a gente possa ajudá
E por esse esquecimentp
O sinhô tem que nos adiscurpá.

Ó i Deus, nóis sempre pensa
Que o Sinhô num percisa de nada
Mas tarvez num seja assim
Tarvez o Sinhô percisa de mim
Sim, o Sinhô percisa, sim
Percisa da minha bondade
Percisa da minha alegria
Percisa da minha caridade
No trato c?os meus irmão.

Nóis semo seu espêio
Nóis semo a Sua Criação
Nóis num pode fazê feio
Nem ficá fazendo rodeio
Nem desapontá o Sinhô
Nem amargá o seu sonho
Que foi um sonho de amô
Quando essa terra todinha criô.

Ó i Deus, eu prometo
Vo rezá de ôtro jeito
Vo pará com a pedição
E trocá milagre por tostão
Tarvez eu inté peça uma graça
Mas antes vo vê direitinho
O que é que andei fazendo de bão.
E se nada de bão eu encontrá
Muito vo me envergonhá
E ainda vo pedi perdão.

Postado no Grupo de Estudos Boiadeiro Rei

 

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