Irmãos,
Estive refletindo sobre questões que alguns amigos levantaram sobre a “espiritualização” das pessoas. Achei esse questionamento importante, não apenas para expor um pouco mais da nossa doutrina, mas sim por poder aprender com as perguntas muito mais do que com as respostas.
Fui questionado sobre atitudes de algumas pessoas que se dizem espiritualizadas. Estas pessoas falam bonito mas, na hora de agir, são impacientes, imprudentes e até desumanas. Já, estas mesmas pessoas dentro de um centro espírita – o que era o caso – são completamente diferentes: atenciosas, calmas, caridosas.
É claro que uma pessoa com este tipo de comportamento não é de fato uma pessoa que trabalha a sua espiritualidade como deve. Esta acredita estar evoluindo por freqüentar um centro espírita, mas quando saí de lá não sabe “viver” a espiritualidade. De fato ela está aprendendo, mas não consegue colocar em prática com o próximo, a não ser que o próximo esteja também no centro que ela freqüenta. Ela engana apenas a si mesmo.
Foi levantado também o que acredito ser a pergunta mais comum para todas as religiões ou doutrinas: Se no espiritismo ninguém proíbe nada, como todos dizem, por quê os espíritas dificilmente bebem ou fumam?
Bom, pensando um pouco mais sobre este assunto posso descrever melhor o que penso. Aquele que de fato vivencia a espiritualidade percebe que estes pequenos prazeres, ou até vícios em alguns casos, não nos trazem nada de bom. Porém, em nenhum momento a espiritualidade “exige” que você pare de beber ou de fumar ou, se você é médium Umbandista, os guias também não “exigem” que você fume ou beba, ou que deixe de fazer isso. São tipos de trabalhos diferentes, mas todos eles precisam de um médium equilibrado, tanto psicologica como energeticamente. Oras, se você passou a noite anterior com seus amigos, bebendo e fumando, em um bar ou uma festa, você realmente acredita que terá condições de fazer um bom trabalho, seja num centro espírita ou num terreiro de Umbanda? O que acontece é que esse é um pensamento constante, pelo menos para aqueles que buscam crescer. E, de fato, isto termina por nos afastar da bebida e outros vícios.
Irmãos, com estas perguntas e muitas outras que já ouvi por aí, posso acreditar que a espiritualidade exige sim de nós. Mas exige apenas uma coisa: Equilíbrio. Equilíbrio entre pensamentos, emoções, palavras e ações. Equilíbrio entre o certo e o errado, a falta e a busca por melhoras.
Todos nós somos passíveis de erros e sempre vamos ser colocados frente aos nossos desejos e medos, afim de enfrenta-los e vencê-los. Cabe a cada um de nós, na busca por aquilo que acreditamos, tomar a atitude mais condizente. “Não viemos para este mundo a passeio”, essa frase nunca fez tanto sentido para mim. Não temos que julgar nossos irmãos, mas sim trabalhar para aprender, também, com o erro dos outros, evoluir com o sentimento de caridade por eles e sobretudo estar de coração aberto para ajudar aquele que precisa, seja dentro ou fora de um centro ou terreiro, dia ou noite, espiritualizado ou não.
Que a Luz de Pai Oxalá abençoe a todos!!!
Texto de Leandro d'Ogum
Postado no Grupo de Estudos Boiadeiro Rei
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