Fui tropeiro sinhá moça,
Tropeiro no meu sertão
Com o berrante toquei a vida
Com o aboio embalei meu coração
Nessa lida de meu Deus
De sol a sol eu cresci
No sertão da Parnaíba
Lugar longínquo onde nasci!
Quanto boi, quanta boiada,
Vi passar no meu rincão
Numa terra abençoada
Que herdei de meus irmãos!
Mas, um dia chegou hora!
De voltar pro lado de cá
O berrante deixei chorando
Com o coração a soluçar!
“Num se avexe não Venâncio!
Deixe de arreclamar!
Assim eu escutava a voz
Que vinha comigo falar!
E depois de uma temporada
Um convite a mim chegou;
Venâncio, Venâncio olha que felicidade!
Vais tocar de novo o teu berrante e fazer a caridade!
De lá pra cá minha gente,
Não parei um só segundo
Vou fazendo meu aboio,
Alegrando todo mundo
E na Umbanda bendita
Esse tropeiro se encontrou
Hoje! Toco boi, toco boiada...
Mas, é na Seara abençoada de Nosso Sinhô!
Eh! Boi!
Getruá Boiadeiro!
Boiadeiro Venâncio, boiadeiro do sertão.
Mensagem recebida em 01/08/2007
Por Mãe Luzia Nascimento
Postado no Grupo de Estudos Boiadeiro Rei
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