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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O TERREIRO DA MACUMBA

Sobrecapa-"No mundo dos Espíritos"- Leal de Souza - 1925
Uma luz numa arvore. – Dando água ao bode preto.
Tomo no terreiro! Pro baixo, a terra nossa. Pro cima, o grande veio! Lá, no lado, nossa mão, a Santa Lua! Bradava, entre os seus adeptos, "Pai Quintino".
E no terreiro, cercado de arvores, entre os blocos de pedra, sob o céu estrelado, a macumba, na véspera do dia de S. Jorge, iniciava, com um ensaio ruidoso, a festa de Ogum. Alinhados, entre os "filhos" de "Pai Quintino", no circulo de homens e mulheres que o rodeavam, apareciam, estranhos aquele meio, junto ao escritor Nóbrega da Cunha, o poeta Murilo Araujo, o desenhista Cornélio Penna e o jovem catarinense Bello Wildner.
A claridade tremula de algumas velas, entre os rufos de bons tambores e de um pandeiro, sob palmas cadenciadas, ao som monótono de um canto barbaresco, três rapariga, – olhos dilatados, em fixidez sem alvo, aos pulos, inconscientes, com o busto tombando para frente, para os lados, em movimentos bruscos, desconexos, sacudidos.
Puseram, entre as dançarinas em transe, uma negrita alta e magra, de tenra idade, com um chapéu masculino, de palha, sobre a gafo rinha.
Chamaram um rapaz escuro, de renome entre as últimas capoeiras cariocas, e, pondo-lhe, amoroso, o braço ao pescoço, "Pai Quintino" arrastou-o ao centro do terreiro, e mudou a letra do canto, substituído, assim, por um coro mais plangente e mais amplo. A capoeira, em poucos minutos cambaleou e, dançando, caia sobre os adeptos, atirava-se de cabeça, sobre as pedras, sendo, então, amparado e detido pelos circunstantes.
Uma das dançarinas rojou-se de bruços, na poeira, com os cabelos desgrenhados, mas, reerguida, continuou em seus volteios bizarros:
- Viva Ogum!
- Viva o general de Umbanda!
- Viva a espada do nosso general!
- Viva o cavalo do nosso general!
Repetiu a macumba estes brados do macumbeiro, e uma crioula simpática de farfalhante vestido branco, apresentou, com respeito, a "Pai Quintino", um comprido sabre Comblain. Passando-o a um de seus auxiliares, ordenou o chefe que se se coloca o sabre nas mãos do rapaz em crise reputada mediúnica.
Levantando acima da cabeça o braço que empunhava a arma, a capoeira saiu a voltear, em pulos, em saltos, em pinotes, ao recrudescer dos rufos dos tambores e do pandeiro. De pronto, jogou o sabre ao chão e deitou-se de bruços, na terra. Traçou-lhe, então, sobre as costas, "Pai Quintino", uma cruz aérea, e, fazendo-o levantar-se, repôs-lhe o sabre na mão.
O rapaz, de novo armado, estendeu a mão esquerda à extremidade da lamina, e colocou à maneira de uma canga, sobre o pescoço, a folha cortante de ferro, dando guinchos agudos, estrídulos, reiterados. Alçou, de súbito, o sabre, para assentá-lo sobre a testa, pela empunhadura, onde se enlaçaram os seus dez dedos. Um canto vibrante de estimulo e desafio interromperam alto, no terreiro.
Agitada em cadencia de dança, desprendendo-se da frente de seu portador, a arma riscou um traço no pó, e, fincada na terra, ficou a tremer, enquanto, de joelhos aos pés de "Pai Quintino”, as mãos postas, o capoeira gemia, de modo lancinante, parecendo chorar.
Levantou-se "Pai Quintino", e, com uma vela, descreveu-lhe um circulo luminoso ao redor do crânio, ao tempo em que fazia vibrar uma campainha. Recobrando-se esse médium, a moça que trouxera o sabre, dobrou os joelhos e alçou, em oferenda, uma tigela cheia de água, com algumas pedras e duas velas acessas.
Um das dançarinas em transe toou a tigelas e, pondo-a sobre a cabeça, encruzou as mãos sobre as costas, começou a dançar, em movimentos de crescente rapidez. “Dando sinal para um canto de louvor à Mãe da água”, "Pai Quintino" entrou entusiasmado, na dança, girando em torno do sabre fincado no solo.
Com os cabelos engordurados pelo derretimento das velas, a rapariga parou, perguntando:
- Meu Pai pode começar o serviço?
- Espera, minha fia, quero conversar, contigo. Segunda, terça, quarta-feira, quarta-feira de trevas, quarta-feira de endoenças. Quando a Virgem via Nossa Senhora na Paixão, dos seus olhos caia uma lagrima na terra, e toda a terra tremia. Tremam assim, meus fios, os nossos inimigos, e fique eles tudo, já, debaixo da planta do meu pé esquerdo. Já, disse, e bateu, no solo, com o pé esquerdo.
A rapariga, então, molhando as mãos na água das tigelas que tinha de boa idade, de bigode louro – não guardara a compostura conveniente, "Pai Quintino" aplicou-lhe às palmas das mãos com uma palmatória, dons fortíssimos bolos.
Mudara o motivo do coro. Falava-se, agora, num tronco da floresta, tronco que estava ali, e tinha raízes na Costa da África. "Pai Quintino", encostando-se a uma grande arvore como se ofertasse para ser amarrado, pediu:
- Quem me dá uma luz?
Levou-lhe a um dos seus adeptos, mas, surpreendendo-o, o velho macumbeiro, com agilidade de moço, suspendeu-se a um galho, passou para o outro, atingindo aos ramos mais altos. Lá, prendendo a vela entre as folhas, gritou:
- Viva o Céu! Viva a Terra!
Ardia, na altura, a vela clareando as frondes, e, sem que o visemos descer, "Pai Quintino" apareceu estirado no chão do terreiro, a gritar:
- Viva a Terra! Viva o Céu!
Revirou-se em algumas cambalhotas, e, correndo por entre as arvores, anunciava:
- Eu vou-me embora!
Reaparecendo no terreiro, perguntou, aos gritos:
- Quem me tirou a minha chave? Quero abri a minha porta! Meus fios, a minha chave?
- Eu dou a sua chave! Respondeu-se um de seus sobrinhos, e mergulhou na sombra das ramagens, correndo.
Quando voltou, trazia apertada contra o peito, umas tigelas, com água e folhas verdes, e arrastava, pelos chifres, um bode preto. "Pai Quintino" agarrou a tigelas, e na boca do bicho, que o pulso de seu sobrinho abriu, derramou a metade da água, e bebeu ele próprio a restante.
Já o novo dia raiava, anunciando em longes de aurora. Começaram a dançar um samba, duas a duas, seis mulheres. Soaram, a cadenciar-lhe o sapateio, instrumentos de cordas. Era o fim do início da festa de Ogum!
O texto e imagem foram retirados do Blog Registro de Umbanda, postado por Pedro Kritski, acessado em 10/01/2011 às 11h13min, o mesmo foi digitado na integra, ou seja, com fidelidade ao que está no livro.

Postado no Grupo de Estudos Boiadeiro Rei

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SIGNIFICADOS QUANTO AO FORMATO DA VELA



 
Cones ou Triangulares: equilíbrio, elevação.
Quadradas: estabilidade, matéria.
Estrela: espiritual, carma.
Pirâmide: realizações matérias.
Cilíndricas: servem para tudo.
Animais: para o seu animal protetor.
Lua: para acentuar sua energia intuitiva.
Gnomo: para seu elemental da terra.
Cone ou Triangulares: simbolizam o equilíbrio. Tem três planos: físico, emocional e espiritual.
Velas Cônicas: são voltadas para cima e significam o desejo de elevação do homem, sua comunicação com o cosmos.
Velas Quadradas: Simbolizam estabilidade na matéria. Seus lados iguais representam os quatro elementos: Terra, Água, Fogo, Ar.
Velas em Formato de Estrela de Cinco Pontas: É o símbolo do homem preso na matéria. Representa o carma.
Velas Redondas: Simbolizam mudança. E a energia mais pura do astral que só a mente superior alcança.