Sou fã de Jorge Amado. Ninguém jamais escreveu sobre os orixás como ele. Impossível ler uma obra sua e não se sentir imediatamente atraído pelas incríveis descrições que ele fazia de cada um. De sua percepção apurada a energia do orixá saltava em letras. Neste poema ele novamente consegue passar toda a dubiedade e marotice de Exu. Definição perfeita de um orixá ainda desconhecido por muitos e carregado de preconceitos, mas vivo, pulsante e ativo. Salve Exu e Salve Jorge Amado!
SOU EXU
Não sou preto, branco ou vermelho
Tenho as cores e formas que quiser.
Não sou diabo nem santo, sou exu!
mando e desmando,
traço e risco
faço e desfaço.
Estou e não vou
Passo e cruzo
Traço, misturo e arrasto o pé
Sou reboliço e alegria
Rodo, tiro e boto.
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