Caboclo Boiadeiro, das plaga do Norte
Que vive sem sorte, sem terra e sem lar,
A tua desdita é tristonho que canto,Se escuto o meu pranto me ponho a chorar
Cade teu boi boiadeiro errante.
Ninguém te oferece um feliz lenitivo
A roça é teu mundo e também tua escola.
Teu braço é a mola que move a boiada
De noite tu vives na tua palhoça
De dia na invernada a procuro de um novilho
Julgando que Deus é um pai vingativo,Não vês o motivo da tua opressão
Tu pensas, amigo, que a vida que levas
De dores e trevas debaixo da cruz
E as crides constantes, quais sinas e espadas
São penas mandadas por Pai Oxalá
Tu és nesta vida o fiel penitente
Um pobre inocente no banco do réu.
Caboclo não guarda contigo esta crença
A tua sentença não parte do céu.
O mestre divino que é sábio profundo
Não faz neste mundo teu fardo infeliz
As tuas desgraças com tua desordem
Não nascem das ordens do eterno juiz
A lua se apaga sem ter empecilho,
O sol do seu brilho jamais te negou
Porém os ingratos, com ódio e com guerra,
Tomaram-te a terra que Oxalá te entregou
De noite tu vives na tua palhoça
De dia na roça , de enxada na mão
Caboclo roceiro, sem lar , sem abrigo,
Tu és meu amigo, tu és meu irmão.
Cadê teu boi boiadeiro errante.
Já não vives entre as pradarias
Consola-te nos terreiros da fé
Mas ainda seu laço da um nó
Para tirar as mazelas dos filhos
E caminhar na luz de nosso senhor
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