Axé a todos. Mês de abril é um mês muito especial para todo o povo umbandista.
É o mês do Índio, povo que tanto nos ensinou e ensina sobre o amor e respeito à natureza, um povo que tem um conhecimento impar sobre a mata, o espírito e o convívio em coletividade. Sem dúvida, um povo de grande valor não só para nós umbandistas, mas para todo povo brasileiro. Salve dia 19 de abril!
Também é o mês que comemoramos OGUM, grande Orixá, que com sua determinação luta pela Ordem, pela Verdade e pelo cumprimento da Justiça Divina através da Lei Maior. Patacuri Ogum! Salve dia 23 de abril!
Portanto, gostaria muito que aproveitássemos a energia que nos envolve esse mês e que repensássemos sobre nossa origem, atitudes e lealdade.
Lealdade sim, pois muitos de nós umbandistas acreditamos na presença do Caboclo das Sete Encruzilhadas, em suas palavras e ações, favorecendo a Umbanda. Mas será que somos leal à Ele e aos seus ensinamentos?
O CABOCLO, além de oficializar a Umbanda em um ato de muita coragem e bravura, como não poderia deixar de ser, afinal Ele é um Caboclo (os caboclos representam coragem, bravura, conhecimento do ‘além’ e verdade), Ele também manifestou e nos ensinou a Fé em sua totalidade e em todos os sentidos (não é coincidência seu nome começar com o numero SETE, pois esse número representa ‘a perfeição’, ‘a plenitude’, o ‘tudo’ e o ‘todo’).
Mais ainda, Ele foi o “divisor de águas”, ou melhor, o ‘ordenador’, para a espiritualidade que encontrava-se sem ordem e sem diretrizes, as incorporações que aconteciam aleatoriamente, sem cuidados, doutrina e evangelização, sem sustentação e sem o contexto religioso, ou seja, estava acontecendo uma certa ‘baderna espiritual’. No entanto, Ele, sendo sustentado por Ogum – Senhor das Encruzilhadas, nos proporcionou e ainda nos proporciona a escolha e a retidão dentro da escolha. Ele nos leva ao caminho reto e ordenador dentro das Leis da Umbanda.
CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS sustentado por Oxóssi e toda a sua verdade, coragem e bravura, por Oxalá e sua fé incondicional refletida nos sete caminhos da vida, em tudo e em todos, e por Ogum com toda sua determinação, retidão, ordem e Lei, nos traz grande e maravilhosos ensinamentos para toda a humanidade, seja umbandista ou não.
No entanto, ficam as perguntas:
Será que estamos sendo leais aos ensinamentos do Caboclo?
Estamos sendo corajosos e verdadeiros perante a Umbanda e sua Lei, e perante a nós mesmos enquanto seres humanos e seres espirituais, diante do grande privilégio de ser um médium intermediador?
Estamos lutando com bravura e respeito para levar a Umbanda a todos sem distinção ou preconceito?
Estamos colocando ‘Ordem’ em tantos abusos espirituais que acontecem levando, na maioria, o nome da Umbanda, como a oferta e venda de soluções milagrosas, como atendimentos particulares, como giras assistenciais mensais, como cursos de desenvolvimentos mediúnicos, tratando a mediunidade como um produto ou algo metódico que é só ensinar ou comprar sem que as verdadeiras responsabilidades de um Pai Espiritual que mexe com a Força da Coroa (chacra coronário, responsável por todo equilíbrio mental e espiritual do Ser) e com toda corrente espiritual do médium sejam cumpridas? Como o fato da incorporação ser estimulada como sendo a base da religião Umbanda e o fator equilibrador do médium? Como tantas outras situações tão vergonhosas para a Espiritualidade Superior?
Será que Oxóssi, Oxalá e Ogum estão satisfeitos com nossas ações e nossa religiosidade???
Ficam as perguntas para serem respondidas diretamente ao Astral, aos pés de Ogum, Oxóssi e Oxalá.
Que a Lei Maior e a Lei da Umbanda, tenham misericórdia dos vendedores de fé.
Patacuri Ogum!
Editorial JUCA – Jornal de Umbanda CarismáticaEdição 68, Abril 2012Escrito por Mônica CaraccioFonte: Minha Umbanda
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