Axééé pessoal! Que saudades!!! Ficar estes dias “sem” o blog apertou meu coração… Estava sobrecarregada de afazeres e aproveitei para provocar o ‘perceber da falta’.
É, muitas vezes nos acostumamos com determinadas situações ou mesmo, pessoas, e pouco percebemos seus valores. Pouco notamos a importância ou a diferença em nossas vidas, aliás, algumas vezes ainda reclamamos da mesmice, perdemos o entusiasmo, a motivação e consequentemente, o interesse.
Falando sobre isso, lembrei que tempos atrás ouvi uma liderança religiosa muito respeitada entre os umbandistas dizer que um dos grandes problemas que ele percebia na Umbanda eram os “médiuns antigos”.
Ele afirmava que precisávamos ficar atentos, pois os médiuns umbandistas que há muito tempo frequentam o mesmo terreiro – situação que normalmente não acontece haja vista as contínuas entrada e saída de médiuns dos terreiros – tendem a se acharem superiores em relação aos mais novos e assim, se tornam em muitos momentos arrogantes, impacientes e autoritários. Pior ainda acontece quando eles se sentem estagnados, abatidos pela rotina, sem motivação e perdendo todo encanto pelos terreiros e trabalhos espirituais.
Bom, penso que muitos concordam que essas duas situações, superioridade e estagnação, são comuns de serem sentidas dentro e fora dos terreiros. Penso também que muitos hão de convir que qualquer uma delas, prejudica demasiadamente todo o entorno, mas principalmente aquele que gera, emite ou sente tais sentimentos.
Portanto, vigiar é a melhor solução.
Já no “contexto” Umbanda, além de vigiar, penso que ainda é necessário lembrar do passado. Isso mesmo, creio que é muito importante relembrar de quando se entrou no terreiro, das dificuldades transformadas, da ajuda recebida, dos momentos de aprendizado, das pessoas importantes que estenderam as mãos, da paciência exercitada em prol de todos e principalmente, do VALOR NATO, aquele que provocou emoção, aconchego, arrepio, choro, cura, alivio, suspiro, êxtase, esperança, alegria e paixão.
Sim, acredito profundamente que todos os terreiros projetam e que todos os médiuns já sentiram, ao menos uma vez, emoção, aconchego, arrepio, choro, cura, alivio, suspiro, êxtase, esperança, alegria e paixão.
Sei que a intensidade continuidade e a intenção são diferentes de um para outro, da mesma forma que a percepção, reconhecimento e sentimento. No entanto, EXISTEM!
Existem e devem ser enxergadas, regadas e cuidadas como um belo jardim que pode, a qualquer momento ser invadido por ervas daninhas. Dessa forma, percebe-se que a responsabilidade da beleza, da simplicidade, da qualidade das flores, do gosto das frutas e do encantamento é de cada um. É daquele que se considera um verdadeiro e leal jardineiro que vivencia os mais diversos aromas, cores e manifestações da natureza desse JARDIM chamado Umbanda.
Saliento que não são todos os médiuns que há muito tempo estão nos mesmos terreiros, considerados médiuns antigos, que são ou sentem superioridade e/ou estagnação. Creio inclusive, que esses médiuns têm e devem ser valorizados pelos trabalhos realizados, determinações demonstradas, resignações vivenciadas e humildade aprendida, no entanto, essas qualidades devem ser praticadas diariamente e ensinadas aos mais novos através de bons exemplos.
Mesmo porque, sabemos que um exemplo vale mais que mil palavras. Sabemos que, conforme determinação do Caboclo das Sete Encruzilhadas, um dos pilares da Umbanda é “Aprender com quem sabe mais e ensinar a quem sabe menos, a ninguém virar as costas”. Sabemos também, que a rotina é fundamental para as melhores e mais duráveis construções, assim como, toda rotina tem sua beleza.
Com bom olhar e carinho, apreciem o pensamento de Paulo Leite com o poema “Toda rotina tem sua beleza” e cheguem às vossas próprias conclusões.
A ideia é a rotina do papel.
O céu é a rotina do edifício.
O inicio é a rotina do final.
A escolha é a rotina do gosto.
A rotina do espelho é o oposto.
A rotina do perfume é a lembrança.
O pé é a rotina da dança.
A rotina da garganta é o rock.
A rotina da mão é o toque.
Julieta é a rotina do queijo.
A rotina da boca é o desejo.
O vento é a rotina do assobio.
A rotina da pele é o arrepio.
A rotina do caminho é a direção.
A rotina do destino é a certeza.
Toda rotina tem sua beleza.
Enfim, que tal saudarmos a rotina, valorizarmos as mesmas coisas sempre, controlarmos os sentimentos de superioridade, sermos generosos, orientar com doçura aqueles que menos sabem, respeitar os mais experientes, agradecidos aos nossos terreiros e fiéis jardineiros do Astral Superior.
Escrito por Monica Caraccio Fonte: Minha Umbanda
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