Nos trabalhos de
Umbanda os guias espirituais costumam chamar seus médiuns de cavalos,
justamente para explicar que o espírito não "entra" no corpo da
pessoa, mas apenas encosta nela. Ou como dizem os boiadeiros: "monta
nela"... O espírito comanda os movimentos dessa pessoa como se estivesse
atrelado a ela e, por isso, o médium atua como um cavalo. Já o Exu chama o
trabalhador de burro, brincando com o fato de o médium ser teimoso como um!
Os boiadeiros normalmente servem às Linhas de Ogun e de
Oxóssi ou de Ogun Rompe Mato (São Jorge, São Sebatião e Santo Expedito,
respectivamente). Justamente pela semelhança com os centuriões romanos que
foram santificados e que montavam seus cavalos para irem às batalhas. A
saudação aos boiadeiros é: "Xetro Marrumbaxetro, Xetro ah!" ou
"Minaketo Navizala!"
O boiadeiro gosta de
fumegar seu cigarro de palha ou seu charuto e de beber sua bebida, com os quais
faz a limpeza no ambiente e nos médiuns da casa; mas sem se embebedar ou
prejudicar o médium que o incorpora.
Quem tem um boiadeiro
nunca fica desamparado no dia a dia, pois este atua continuamente na proteção
de seu assistido e de sua casa. Os boiadeiros podem ter sido em vida: vaqueiros,
condutores de gado, peões ou capatazes, auxiliares de rodeio, entre outros; e
entendem perfeitamente sobre a lida no campo, nas fazendas e nos currais. Por
isso, auxiliam com habilidade aqueles que trabalham junto à natureza.
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