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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Cultura material dos Araweté

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Os Araweté possuem uma cultura material bastante simples, dentro do horizonte tupi-guarani. Isso se pode explicar, em parte, pelo estado constante de alarme e fuga diante de inimigos a que esse povo esteve sujeito nas últimas décadas; e em parte, pelo trauma do 'contato'.
Os homens araweté têm barba espessa, que costumam deixar crescer em cavanhaque; andavam nus, com apenas um cordão amarrando o prepúcio. As mulheres trazem um costume de quatro peças tubulares (cinta, saia, tipóia-blusa e um pano de cabeça), tecido de algodão nativo e tingido de urucum.
Elas portam brincos feitos de peninhas de arara dispostas em forma de flor, pendentes em linhas em que são enfiadas sementes de iñã (Cardiospermun halicacabum), bem como colares dessa mesma conta. Os homens usam os mesmos brincos, porém mais curtos. O cabelo é cortado em franja reta na testa até a altura das orelhas, de onde cresce até a nuca dos homens e a espádua das mulheres.

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A tintura e a cor básica dos Araweté é o vermelho-vivo do urucum, com que cobrem os cabelos e o corpo, untando-os uniformemente. No rosto, porém, podem traçar apenas uma linha horizontal na altura das sobrancelhas, uma vertical ao longo do nariz, e uma diagonal de cada orelha às comissuras labiais. Esse padrão é também usado na decoração festiva, quando é traçado em resina perfumada e recoberto com as penas minúsculas de cotingas de plumagem azul brilhante. A plumagem do gavião-real é grudada nos cabelos.
A despeito de ter uma cultura material austera, os Araweté fabricam três objetos tecnicamente muito elaborados, e que além disto lhes são exclusivos, não possuindo análogos exatos em nenhum outro grupo tupi-guarani: o arco, o chocalho aray do pajé, a vestimenta feminina.
O arco (irapã) araweté é feito de ipê (tayipa, Tabebuia serratifolia), e é mais curto, curvo e largo que a maioria dos arcos indígenas brasileiros. Cada tronco de tayipa pode servir à fabricação de vários arcos. A madeira era trabalhada com ferramentas de osso e pedra (agora, com machados e facões de aço), e é aplainada com um formão feito de dente de cotia, lixada com uma folha áspera até ficar completamente lisa, e por fim cuidadosamente aquecida no fogo e vergada até ganhar a forma adequada. Usa-se o leite do coco-babaçu, ou a gordura das larvas que vivem nessa palmeira, para tornar a madeira mais fácil de curvar. A corda do arco é feita de fibra de curauá, uma bromeliácea cultivada (Neoglaziovia variegata).
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Os Araweté usam três tipos de flecha (o'i): uma para caça grossa, com ponta de taquaruçu (Guadua sp.) e emplumada com penas caudais de gavião-real; e duas para pássaros, peixes e mamíferos pequenos, com pontas de osso de guariba ou de pau farpeado, emplumadas com penas caudais de mutum. A haste das flechas é feita de dois tipos de bambu Guadua sp. ou Merostachys sp.). Usam-se cera de abelha e fios de algodão para a fixação das pontas e das penas. Peninhas de tucano, arara ou cotinga são amarradas na base das flechas à guisa de enfeite.
O chocalho aray de pajelança é um cone invertido trançado de talas de arumã (Ischnosiphon sp.), recoberto de fios de algodão até deixar apenas a parte superior - que é a base do cone - exposta. Um floco de algodão forma um 'colarinho' em volta da parte descoberta; ali se inserem quatro ou cinco penas caudais de arara-vermelha, dando ao objeto a aparência de uma tocha flamejante. Pedaços da concha de um caramujo do mato são colocados dentro do cone trançado. O aray produz um som
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chiante e contínuo; ele é usado pelos pajés para acompanhar os cantos de Maï e para realizar uma série de operações místicas e terapêuticas: trazer os deuses e almas de mortos à terra para participarem das festas, reconduzir a alma perdida de pessoas doentes, ajudar no tratamento de ferimentos e picadas de animais venenosos.
Durante a fabricação do arco, um homem não deve ter relações sexuais com a esposa, ou a peça de madeira quebraria. O chocalho, em troca, tem seu corpo de arumã trançado pelas mulheres, e a cobertura de algodão imposta pelos homens. Mas uma vez pronto, o aray não pode ser usado pelas mulheres; instrumento muito poderoso, ele evoca os Maï que poderiam quebrar o pescoço da mulher que ousasse chamá-los. Nessa sociedade, só os homens são pajés.
Todo homem araweté, desde a adolescência, possui seu arco e flechas; usa essas armas não só para caçar e pescar, como passeia freqüentemente com elas pela aldeia, e as carrega orgulhosamente durante as danças da festa do cauim. Por sua vez, todo homem casado possui um chocalho aray; embora este seja o instrumento por excelência dos pajés, não há adulto que não tenha ao menos uma vez na vida cantado à noite, após ter visto os Maï em sonho.
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Todo homem é um pouco pajé, dizem os Araweté, e pode realizar pequenas curas e cantar suas visões; mas apenas alguns, os verdadeiros peye, são capazes de trazer os Maï e as almas dos mortos para as grandes festas, ou reconduzir as almas dos viventes que tenham sido capturadas pelos Maï ou outros espíritos. O aray é um símbolo do status de homem casado e com filhos; aray ñã, "senhores do chocalho", é um dos epítetos que designa a parte masculina adulta da sociedade araweté. O aray é mais especificamente um emblema da sexualidade masculina: um dos apelidos jocosos dados às mulheres é "quebradoras do chocalho", evocando o fato de que, quando têm relações sexuais com elas, os homens ficam com sono e não cantam à noite - o chocalho se "quebra", isto é, fica mudo-, e sugerindo que o aray é um símbolo fálico.
O aray é o único objeto de propriedade masculina que não pode ser herdado por ninguém, após a morte de seu possuidor; ele deve ser queimado. Ele parece assim ser um objeto pessoal e intransferível, dotado de valores simbólicos profundos.
Esse caráter sexualmente marcado, pessoal e íntimo do aray tem um análogo entre os objetos femininos: a cinta interna, usada por todas as mulheres após a puberdade, também não pode ser herdada por ninguém, ao contrário das peças externas. A roupa tradicional das mulheres araweté é composta de quatro peças: esta cinta (ii re, "peça de dentro"), pequena peça tubular de lona grossa de algodão de cerca de 25 cm. de comprimento, que cobre o púbis e a parte superior das coxas, cingindo-as estreitamente e dando às mulheres um andar peculiar; uma saia de cima (tupãy piki, "veste longa"), de trama mais aberta; uma larga tipóia (potïnã nehã, "peitoral") para carregar as crianças, mas que é usada mesmo por jovens sem filhos; e um pano de cabeça (dacî nehã, "chapéu"), peça tubular como as demais vestimentas femininas, com a mesma trama aberta da saia e da tipóia. As vestes femininas são tecidas em teares simples - dois talos de folhas de babaçu fincados perpendicularmente no chão - e tingidas com urucum. Elas consomem uma grande quantidade de algodão; assim como os homens passam boa parte de seu tempo fabricando e reparando suas armas, as mulheres dedicam muitas horas do dia ao processo de produção dos fios de algodão para as roupas e as redes. Há sempre alguém na aldeia tecendo uma peça de roupa ou uma rede.

Desde pequenas as mulheres usam a saia externa; por volta dos sete anos, costumam trazer também a tipóia e por vezes o pano de cabeça. A cinta é imposta a partir da primeira menstruação- uma de suas funções é absorver o sangue menstrual-, e nunca deve ser retirada na frente de outros homens que não o marido ou o namorado, e mesmo assim apenas para o ato sexual. Mesmo entre as mulheres, as normas do pudor pedem que não se fique ereta sem estar usando a cinta: no banho coletivo das mulheres, estas ficam em geral agachadas, quando estão fora d'água. Os homens manifestam um pudor análogo em retirar o cordão do prepúcio diante de outrem: a nudez para os Araweté é, assim, a ausência da cinta feminina ou do cordão peniano.

A cinta é um objeto de forte conotação sexual, como o aray. O arco não é menos marcado sob esse aspecto. Já mencionamos que sua fabricação impõe a abstinência sexual do homem, como se a sublinhar a natureza fálica do objeto. Mais que isto, a palavra para "arco", irapã (que significa hoje "arma" em geral: arco, espingarda, revólver), designa também os orgãos sexuais masculinos e femininos- cada sexo tem suas "armas", o pênis e a vagina. É interessante portanto observar que os três objetos araweté mais elaborados, dos pontos de vista técnico e simbólico, possuem uma referência à sexualidade humana.

Fonte: Povos Indigenas no Brasil
arawete_15 Moça araweté pintada de urucum. Foto: Eduardo Viveiros de Castro
arawete_18 Iapi´i-hi preparando o cauim doce. Foto: Eduardo Viveiros de Castro, 1981.
arawete_21 Pajé com o chocalho aray. Foto: Eduardo Viveiros de Castro
arawete_23 Flecha grossa para caça, com ponta de taquaruçu (Guadua sp.) e emplumada com penas caudais de gavião-real. Foto: Eduardo Viveiros de Castro, 1981.
arawete_19 Arco e flecha araweté. Foto: Eduardo Viveiros de Castro

Postado no Grupo de Estudos Boiadeiro Rei

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SIGNIFICADOS QUANTO AO FORMATO DA VELA



 
Cones ou Triangulares: equilíbrio, elevação.
Quadradas: estabilidade, matéria.
Estrela: espiritual, carma.
Pirâmide: realizações matérias.
Cilíndricas: servem para tudo.
Animais: para o seu animal protetor.
Lua: para acentuar sua energia intuitiva.
Gnomo: para seu elemental da terra.
Cone ou Triangulares: simbolizam o equilíbrio. Tem três planos: físico, emocional e espiritual.
Velas Cônicas: são voltadas para cima e significam o desejo de elevação do homem, sua comunicação com o cosmos.
Velas Quadradas: Simbolizam estabilidade na matéria. Seus lados iguais representam os quatro elementos: Terra, Água, Fogo, Ar.
Velas em Formato de Estrela de Cinco Pontas: É o símbolo do homem preso na matéria. Representa o carma.
Velas Redondas: Simbolizam mudança. E a energia mais pura do astral que só a mente superior alcança.