Esses dias estive pensando , e claro reafirmando, como a Umbanda é ESPECIAL.
Ela se manifesta tão livremente, age em tantas dores, em tantas necessidades, em quase todos os momentos em que nos sentimos injustiçados.
Ela é tão ampla, receptiva e agregadora, haja vista os dois “exemplos” postados no blog dias atrás nos quais vimos a manifestação simples do espírito de Dom Helder Câmara se comunicando através da psicografia e Zeca Pagodinho com sua intensidade de crença afirmada em sua vida diária. Duas pessoas tão antagônicas e a Umbanda, com toda sua magnitude, interagindo com eles, seja pela facilidade de comunicação através da psicografia ou pela fé a São Jorge ou, se preferirem, a Ogum. É fato, a Umbanda “está” entre eles.
Ela é tão guerreira, movimentadora, transformadora, sustentadora, forte, vibrante e, ao mesmo tempo, maleável, doce, suave, terna, maternal… Sempre a vejo agindo no emocional das pessoas com tanta paciência e bondade que não me canso de saudar os pretos velhos agradecendo tamanha benevolência. Outras vezes, a vejo impulsionando as pessoas com tanta determinação e coragem que clamo aos Sagrados Orixás para que continuem abençoando todo povo da mata, nossos queridos caboclos. Sem contar as infinitas vezes que vejo a cura do corpo e do espírito acontecendo “assim”, em minutos, depois de algumas baforadas de charuto; as cargas negativas transformadas em esperança depois de alguns “simples” estalar de dedos; o choro compulsivo de desespero convertido em choro de esperança depois de um “singelo” abraço acolhedor e de certeiras orientações.
Momentos únicos que me fazem rogar, com o coração pleno de agradecimento, para que a Força Espiritual da Umbanda continue acolhendo seus Filhos de Pemba.
Força Espiritual da Umbanda que é constituída por espíritos elevados, espíritos que já passaram pelo plano material, espíritos que quando encarnados sofreram, lutaram, “brigaram” com seus deuses no auge das injustiças sofridas, espíritos que já sentiram a dor da ingratidão, do desrespeito e da falta de humanidade, estão aí as senzalas que até hoje choram, os índios que ainda se escondem, médiuns que teimam em negar seus ancestrais e suas missões espirituais… Enfim, é justamente essa Força Espiritual que nos acolhe, nos instrue, nos ajuda e nos direciona.
Como não se curvar diante da Umbanda e de suas infinitas possibilidades e manifestações? Como não olhar com amor, respeito e gratidão para esses espíritos que passam por cima de suas próprias lembranças e dores para nos ensinar a amar, a ter esperança e coragem?
É no mínimo “interessante” saber o quanto os negros sofreram com a escravidão e termos hoje a manifestação de Pretos Velhos nos Terreiros, ou ainda, saber o que os índios passaram, entre tantas dores, pelos piores furtos e termos hoje a manifestação de espíritos de Caboclos em nossa Umbanda auxiliando caridosamente, amorosamente e bondosamente tantas e tantas pessoas.
É, penso que melhor que usar a palavra “interessante”, seria mais correto, mais adequado empregar a palavra “grandiosa”.
Como é GRANDIOSA a capacidade de realização da Umbanda e como ela interage com o povo que sofre, que luta, que acredita e que resiste!
Isso mesmo, já perceberam o perfil das pessoas que vão aos terreiros de Umbanda? São, normalmente, pessoas que sofrem, que lutam, que acreditam, que persistem como foram os negros africanos na época da escravidão, como os índios na época da colonização. São pessoas que persistem, povo que luta, gente de garra .
É, a Umbanda é ESPECIAL mesmo… Ela é a manifestação de “gente”, de “povo”, de “pessoa” agindo, interagindo, fluindo e influenciando gente, povo e pessoa, bastando apenas estar disposto a dar um fim nos cativeiros da vida.
Acorda meu povo, cativeiro acabou, a Umbanda chegou…
Acorda Negro, acorda Índio, acorda Mestiço, acorda Brasil! O tambor está chamando, cativeiro acabou… A UMBANDA CHEGOU…
Redandá, casa de candomblé angola de Embu-Guaçu, São Paulogravado pela Barca no projeto Turista Aprendiz www.barca.com.br
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