Axé turma! Acredito que todos já perceberam as diferentes formas de manifestações da Umbanda, e também perceberam que existem terreiros que utilizam bebidas como elemento purificador, outros usam cigarros como potências energéticas expansoras, outros têm vestimentas próprias estimulando a fé, a crença e o conhecimento de forma mais visual, outros ainda têm o culto aos Orixás com manifestações, oferendas e obrigações mais acentuados e próprias. Aliás, são tantos aspectos, fundamentos, ritos e rituais diferentes que até as rezas diferenciam de terreiro para terreiro.
E é entre tantas diferenças que encontramos um elemento comum e fundamental em todos os terreiros de Umbanda: a Pemba.
Isso mesmo. Não conheço, aliás, nem imagino, que exista um terreiro de Umbanda que não utilize a Pemba, seja ela usada nos assentamentos e firmezas, nos pontos riscados e cruzamentos de médiuns, seja em forma de pós e amacis, nos rituais e cerimoniais como batismo, casamento, conversão religiosa… Enfim, a Pemba é um dos elementos mais importante para um Terreiro e todo o trabalho espiritual/magístico que ele realiza.
Saber usar, os fundamentos, os cuidados, é portanto, obrigação para todos aqueles que bem querem manifestar e bem querem estar na Umbanda.
Tal sua importância, a Pemba é um dos poucos elementos que pode tocar a coroa de um médium, deste modo é utilizada na lavagem de coroa, em amacis, nos banhos de descarrego, de harmonização etc. Fato que faz com que sua nomenclatura seja utilizada como referência à Lei Divina, a LEI DE PEMBA, ou ainda, relacionada com os trabalhadores da Umbanda, os FILHOS DE PEMBA.
Devido sua matéria prima, o calcário - rochas sedimentadas (encontradas no mar, rio, caverna etc), composto de ferro, argila, cálcio, calcita, fluorita, materiais orgânicos entre outros minerios naturais, é que os Guias Espirituais usam a Pemba para manipular as forças da natureza e a energia do fogo, da água, do ar e da terra.
A pemba branca pode ser usada continuamente por qualquer Entidade e pelo próprio médium, já as pembas coloridas têm uso quase que exclusivo no traçado de símbolos específicos propiciando a ação de determinado Orixá, o que requer cuidado, delicadeza, conhecimento e “permissão”.
Cada cor corresponde a um Orixá: OXALÁ – branca; YEMANJÁ – azul clara; XANGÔ – marrom; OXOSSI – verde; OXUM – rosa; OGUM – vermelha; YANSÃ – amarela; OBALUAYÊ – violeta; EXU – preta; POMBAGIRA – vermelha.
Os Pós de Pembas alcançam dimensões sutis e extensas, harmonizam, descarregam e energizam os médiuns, os consulentes, o terreiro e qualquer ambiente potentemente. São preparados dentro de rituais próprios usando ervas e sementes específicas.
Sem o conhecimento teórico, energético e ritualístico, os Pós de Pembas chegam a ser perigosos, causando danos dificilmente revertidos.
Os Cruzamentos de Pemba dão firmeza e proteção aos médiuns, ajudam no desenvolver mediúnico e no equilíbrio dos vórtices energéticos, os chacras. Com os chacras equilibrados e cruzados as emissões e as captações energéticas tornam-se harmoniosas e benéficas.
Os pontos cruzados e o tipo de cruz usados nesse ritual interferem potencialmente no real benefício desse ato ritualístico umbandista, portanto não deve ser feito sem real conhecimento. Um simples exemplo de Cruzamento do médium que favorece uma intensa proteção é a cruza da articulação do pulso direito, em seguida da articulação do pulso esquerdo finalizando com a cruza da nuca criando assim, um triângulo de força etérica na Lei de Pemba.
Até mesmo os pontos riscados devem e merecem nosso Conhecimento, mesmo porque através deles conseguimos saber qual Linha, qual Orixá e até qual a forma de trabalho de uma Entidade Espiritual. Aliás, antes de qualquer coisa precisa-se saber diferenciar os pontos simbólicos dos identificatórios e dos magísticos, não é mesmo?
Portanto, estudar é a melhor opção.
Não tem jeito, dizer que o Guia sabe tudo e que ele pode nos ensinar já sabemos, agora, saber cada detalhe dos pontos que abordei acima, saber fundamentar o porquê, saber mais a fundo e outros cuidados e possibilidades da Pemba, só com estudo, com dedicação, com vontade e senso de responsabilidade.
Enfim, espero que essas poucas linhas os ajudem no conhecimento sobre a Pemba e suas funções, assim como os estimulem na busca pelo Saber.
Não podemos esquecer, a Umbanda tem fundamento, tem lógica, tem sentido, tem o ‘porque’ e o ‘para que’, precisamos, portanto, fazer nossa parte se quisermos aproveitar bem essa grandiosa experiência de ser umbandista.
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